Minha escola, minha comunidade

Piquenique na comunidade, futebol no campinho e visitas ao comércio local são atividades comuns na rotina escolar das crianças que frequentam a Escola Comunitária Brincando e Criando, em Camaçari (BA). Situada no bairro de Nova Vitória, antiga Favela Maria Meire, a instituição atende 170 crianças com idade de 0 a 5 anos, que saem da escola ao menos uma vez por semana para brincar e reconhecer seu bairro.

A Escola Comunitária Brincando e Criando é uma das unidades educacionais da cidade em que a metodologia do projeto Paralapracá foi adotada. Conforme relata Edna Matos Almeida, coordenadora e diretora do estabelecimento, a ideia de levar as crianças para brincar fora dos seus muros surgiu do fato de que os pequenos tinham vergonha de dizer onde moravam. “Eles não gostavam de contar que moravam na favela e não valorizavam nada do local”, relembra Edna.

As excursões com as crianças foram acompanhadas por visitas das professoras da escola às casas das famílias e por constantes convites para a comunidade participar das atividades escolares, como palestras e festas. “Passamos a conhecer a casa e a história de cada uma”, afirma Edna. “As famílias também passaram a conhecer nosso trabalho e a acreditar na proposta da escola”, emenda a diretora.

Em pouco tempo, a relação das crianças com o bairro mudou. Segundo Edna, elas começaram a gostar de andar na vizinhança da escola e os espaços ganharam outros sentidos. O Bar do Bahia, tradicional na comunidade, passou a fechar para as crianças no dia do aniversário do proprietário, o “Seu” Bahia. “O aniversário é festejado com as crianças, com um bolo enorme feito para elas”, exemplifica Edna, lembrando que a celebração é completa, com quitutes como pipoca e pirulito. Outro evento anual é o chamado Brincar na Praça, um encontro realizado pela escola, que ocupa a praça principal do bairro com muita brincadeira para todas as crianças que moram no entorno.

Enquanto a escola se esparramou pelas ruas da comunidade, o efeito inverso também ocorreu. “Agora as famílias não precisam mais de convite. Elas brigam para participar das festas e das palestras, ajudam na arrumação de tudo. A lista de pais que querem fazer alguma atividade aqui dentro é enorme”, comemora a diretora.

Fonte: Paralapracá

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