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Educadoras de Reggio falam sobre observação e interação

As educadoras vindas da Itália para a formação das assessoras, das coordenadoras pedagógicas, supervisoras e gerentes da Educação Infantil, durante o V Encontro Formativo e II Formação Itinerante do projeto Paralapracá, em Olinda, alimentaram a equipe com um vasto leque de possibilidades e maneiras de se atuar com as crianças pequenas. Na tarde de quarta feira, 13 de agosto, elas promoveram a exibição de um vídeo para abordar a importância da observação e qualidade na interação com, e entre, as crianças.

O registro mostrava imagens de uma creche com crianças muito pequenas, em um momento de adaptação, quando, normalmente, professoras e pais enfrentam muitos desafios, entre choros e esforços de desapego. Mas será que é preciso ser assim? No vídeo, as crianças estavam tranquilas, brincando de faz de conta, e interagindo entre si e com a educadora de uma forma muito leve e lúdica. “Temos que criar condições para que as crianças se relacionem entre si. Elas não devem se reportar apenas ao professor”, explicaram as pedagogistas Paula Strozzi e Vanna Levrini para uma plateia atenta. Segundo as educadoras, a interação entre as crianças proporciona importantes aprendizagens. É neste momento que elas exercitam a relação com o outro, negociam desejos e administram frustrações. E para que isto aconteça, é preciso derrubar a ideia da professora como um adulto presente, apenas, para proteger. “Eu brinco com elas, me divirto e faço com que elas se divirtam também”, resume Vanna Levrini.

E para que esta interação aconteça observar é indispensável. “A professora deve ser competente em descobrir o desejo das crianças ao observá-las, ao se relacionar com elas”, enfatiza Paula Strozzi. Eis algumas de suas dicas: anotar falas; registrar nos desenhos, além do o nome da criança, as observações feitas por elas; e discutir com outros professores. “Observação e discussão são a base nas nossas escolas. Isto é consolidado, temos documentos, temos bases que nos permitem discutir. E o sonho é tornar isto tudo discutível e conversável internacionalmente”, pontua.

O Paralapracá é um projeto do Instituto C&A, executado pela Avante – Educação e Mobilização Social, nos municípios: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).  A iniciativa visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com secretarias municipais de Educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de Educação Infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores.

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