Celebrando o mês do livro: pensando no desafio da leitura

“Aprender a ler é como acender um fogo, cada silaba gera uma faísca”, a frase é do escritor e ativista pelos direitos humanos, Victor Hugo, e expressa a importância da leitura na vida das pessoas.  Este escritor francês nos fala também de um mundo que se abre a partir do contato com os livros desde a mais tenra infância. No mês de abril comemora-se o livro em três datas: o Dia Internacional do Livro Infantil (2 de abril), o Dia Nacional do Livro Infantil, homenagem a Monteiro Lobato, escritor que dedicou-se à literatura infantil no Brasil (18 de abril) e o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor (23 de abril).

Para falar sobre o assunto, convidamos Rita Margarete, coordenadora da Linha de Educação e Tecnologia Educacionais da Avante – Educação e Mobilização Social. Ela coordenou a Rede EMredando Leitura no processo de implementação e foi uma das lideranças da mobilização e elaboração do Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca, (PMLLB).

Avante: Você acha que a aquisição de livros por meios eletrônicos tem colaborado para o aumento de leitores?

Rita Margarete: O suporte da obra, livro impresso ou digital (eletrônico ou e-book), por si só, não é decisivo para a formação de leitores. O gosto pela leitura pode ser incentivado, aprendido, assim como o gosto por cinema, dança, teatro, esporte, etc. Alguns dos fatores indispensáveis para fomento ao gosto pela leitura é o acesso a diferentes obras e a participação em situações de mediação de leitura. A escolha por e-book ou por ter o livro na mão, poder passar as páginas, tocá-lo e senti-lo, depende do leitor, da sua intimidade com a tecnologia.

Avante: Para você que esteve à frente de projetos de fomento à leitura e a formação de mediadores qual o maior desafio para formação de leitores e mediadores de leitura hoje?

Rita Margarete: O gosto pela leitura deveria ser despertado na escola. Mas, na maioria das vezes, é justamente na escola que a leitura e o prazer não caminham na mesa direção. Até porque a grande maioria dos professores não tem a leitura como um dos seus prazeres. Além disso, infelizmente, a leitura ainda não é vista como ferramenta de inclusão social. O acesso a acervo de qualidade não está garantido para todos, especialmente às crianças, e não há investimento em ações de fomento à leitura na dimensão necessária, por parte do poder público.

Avante: Cite um livro que mudou sua vida, que você gosta e que marcou você.

Rita Margarete: Dois livros foram marcantes para mim. Quando adolescente Mar Morto (Jorge Amado). Já mais recente, O Amor nos Tempos do Cólera de Gabriel García Márquez me mobilizou bastante.

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