#20anosAvante contribuindo para construção de uma nova cultura de tratamento à infância no Brasil

Segundo dados do IBGE (2010), o município de Camaçari, na Bahia, tem uma população formada por quase 24 mil crianças com até 5 anos de idade. Destas, quase 16.500 estão na faixa etária de até 3 anos, sendo que 21% desse universo específico (3.465 crianças) frequentam creches. Já entre as crianças de 4 e 5 anos (7.315), a inserção nas escolas das redes pública e privada é mais abrangente – 88,85% (6.150). Foi esse o cenário encontrado pela equipe da Avante – Educação e Mobilização Social ao chegar ao município por meio do projeto Paralapracá, em 2013, para implantação de uma proposta por uma Educação Infantil de Qualidade.


Lá chegando, o projeto encontrou como coordenadora da Educação Infantil do município, Minuska Lima. “O que me vem primeiro à memória quando falo da Avante é um alto nível de competência técnica e humana, compromisso com a humanização, com a transformação social”, disse Minuska para a celebração dos #20anosAvante.


Na ocasião, o Paralapracá iniciava a sua implementação em cinco municípios do Nordeste, cujas secretarias municipais de educação estabeleceram alianças com o Projeto, selecionadas a partir de edital. O Paralapracá, uma frente de trabalho do programa Educação Infantil do Instituto C&A, realizado por meio de parceria técnica com a Avante, chegou, inicialmente, a 30 instituições da rede municipal de ensino, nas quais desenvolveu um processo formativo junto às coordenadores/formadores, fortalecidas em seu papel de formadoras, qualificando a prática de 127 professores. O Projeto previa impactar na vida de 3.685 crianças, o equivalente a 85,3% da população infantil inscrita na rede, na época.


Minuska, que conhecera a Avante por meio da Fundação Terra Mirim, por ocasião da realização do Consórcio Social da Juventude, abraça a proposta do Programa no município e torna-se referência. Em depoimento para o vídeo Educação Infantil de qualidade, elaborado pela equipe da iniciativa, Minuska afirma que “o Paralapracá amplia e aprofunda o acolhimento da criança com múltiplas dimensões, amplia a possibilidade das crianças se expressarem de diversas formas, a criação de oportunidades, a disponibilização de espaços, ambientes, materiais, pessoas, afetos, para que as crianças possam experimentar aquilo que elas precisam para crescer. Inclui o oferecimento de condições das diversas naturezas para que a criança possa descobrir, investigar, perguntar. Ser ela mesma, na verdade”.
Em 2016 o atendimento do Projeto no município passou por um processo de expansão. Ou seja, novas instituições de Educação Infantil passaram a ser atendidas pela iniciativa. O mesmo aconteceu nos outros quatro municípios do ciclo II (2013 a 2017): Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE). A adesão, em Camaçari, foi de 17 novas instituições, que receberam formação nos moldes do Projeto, agora lideradas pela equipe técnica, formada pelo Paralapracá ao longo do ano. Nos dois últimos anos do Paralapracá nesses municípios (2016 e 2017) os esforços são direcionados para o fortalecimento da gestão das políticas públicas municipais de Educação Infantil, juntamente com a promoção da sustentabilidade do processo formativo nas redes municipais parceiras.


Depois do Paralapracá, a Educação Infantil de Camaçari foi fortalecida com a contratação de professores e coordenadores pedagógicos e a convocação de assistentes de creche. Houve a criação de Centros de Educação Infantil em áreas verdes e a ampliação de vagas. O município, hoje, possui uma Rede Municipal de Educação que reconhece o brincar da criança como uma linguagem essencial para o seu desenvolvimento integral e tem a figura do coordenador pedagógico consolidada como formador, realizando formação continuada dentro das instituições, tomando como base um dos princípios do Programa – a reflexão sobre as práticas.


Ao longo do percurso do Paralapracá no município, Minuska passou a gerente de Educação Infantil, encontrando-se, hoje, aposentada.  “A meu ver, a Avante é uma das instituições que contribuem amplamente para construção de uma nova cultura de tratamento à infância no Brasil. Cultura esta que se destaca, entre outras coisas, na metodologia de construção compartilhada, de respeito aos contextos, da escuta dos envolvidos”, disse.


Integraram o primeiro ciclo do programa (2010 a 2012) os municípios de Jaboatão dos Guararapes (PE), Caucaia (CE), Feira de Santana (BA), Teresina (PI) e Campina Grande (PB).

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